Hospital da Cidade

Hm boa e agora o que faço?
Como raio é que se desmaia? Será que se apertar a veia detrás do pescoço caio para o lado e fico inconsciente...? E se fingir que morri?, OKAY PÁRA. Mas sinceramente não sabia o que fazer naquele momento: ficar com Tom ou ir atrás de Jake?
Deixei-me cair numa cadeira de repente, ao deixar de sentir força nas pernas.
- Eu... eu preciso de alguma coisa. - consegui dizer, antes de toda a pressão a que estivera submetida levar a melhor sobre mim.

Sentei-me na cama para dar impulso de me levantar e olhei-a, aproximando-se:
- Abbe... - chamei, receoso.
Ela não respondeu.
Agachei-me ao seu lado, dizendo uns quantos palavrões ao sentir dores; abanei-a um pouco e, ao ver que não acordava, carreguei no botão que chamava a enfermeira.
A mulher com uma vestimenta branca entrou momentos depois, olhando-me.
- O menino não devia estar assim... - ela advertiu.
- Sim, sim. Mas ela desmaiou...
A enfermeira mudou logo a forma como falou; aproximou-se de Abbe e começou a fazer umas cenas quaisquer para a acordar depois de me obrigar a sentar-me na cama.
- O que aconteceu? Discutiram?
- Não. Nada disso... - neguei logo que a pergunta foi lançada. - Ela disse que precisava de algo e desmaiou aí... - expliquei preocupado ao ver que ela não acordava.
- E o menino estava desta maneira porque...? Sabe que não pode fazer esforços. - perguntou-me, olhando por cima do ombro.
- E ia deixá-la assim?! - perguntei com um revirar de olhos.
- Pois, tem razão... - ela concordou; chamou um enfermeiro que a ajudou a colocar Abbe deitada na maca, depois de eu me ter sentado na cadeira.
- Abbe... Acorda, por favor... - murmurei-lhe ao ouvido abanando-a ligeiramente enquanto a mulher ia buscar água.

Senti os meu olhos arder por já estar a chorar à bastante tempo. Limpei algumas lágrimas com as costas da mão e levantei-me ajeitando as calças. Perguntei a uma enfermeira onde ficava a casa-de-banho e quando esta ma indicou dirigi-me até lá. Entrei e observei o meu rosto através do espelho que se encontrava na parede branca por cima do lavatório. Tinha os olhos completamente vermelhos. Abri a torneira e passei água pela cara. Lembrei-me de Abbey e saí da casa-de-banho de rompante acabando por embater numa enfermeira.
- Peço desculpa... - desculpei-me.
Ela nada disse, encolheu os ombros e continuou o seu caminho. Fui até ao quarto onde estava Tom. Coloquei a mão na maçaneta, respirei fundo e finalmente abri a porta. Senti o meu coração parar quando vi Abbey deitada numa cama, desmaiada.
- Abbey.... - gritei e corri na sua direcção. Tom estava sentado numa cadeira perto da cama, mas nada me fez parar. Coloquei a minha mão sobre a sua e olhei-a desesperado.
- O que é que aconteceu? - perguntei olhando para Tom de soslaio.

Revirei os olhos ao ver Jake entrar mas respondi depois de respirar fundo:
- Desmaiou, simplesmente. A enfermeira foi buscar... - e fui interrompido pelo entrar da enfermeira.
- Estabilizou? - a mulher perguntou.
- Não. Está na mesma... - murmurei.
A mulher suspirou e salpicou um pouco de água para cara de Abbe; ouvi o meu telemóvel tocar em cima da mesa e desliguei a chamada, admirado por estar intacto.
- Quem é o menino? - a enfermeira perguntou na direção de Jacob. - Não estava aqui quando isto aconteceu...

Olhei na direcção da porta quando ouvi esta abrir-se, era uma enfermeira a entrar com um copo de água na mão. Salpicou um pouco para a cara de Abbey, mas nada disso fez efeito.
- Quem é o menino? - perguntou a enfermeira virando-se na minha direcção. - Não estava aqui quando isto aconteceu...
- Eu vim com ela... - expliquei.- Mas saí por um bocado, fui à casa-de-banho. - desculpei-me. Não ia dizer à enfermeira que tive de sair porque não aguentei ver Abbey e Tom juntos e porque graças a isso tive um ataque de choro. Cheguei-me mais para junto de Abbey e acariciei o seu rosto. - Como é que ela está? - perguntei olhando para a enfermeira.
- Neste momento ainda não conseguimos definir o seu estado clínico... - disse olhando-me.
Revirei os olhos com a falta de informação.
- Abbey por favor...acorda.. - sussurrei. - Eu amo-te... - declarei o mais baixo possível.

Revirei os olhos, tentando não demonstrar que ouvira o seu comentário.
Encostei-me totalmente ao sofá e olhei para Abbey, tentando ignorar o facto de estar ali um gajo que, muito provavelmente, tinha passado uma noite com a minha ex-namorada. E tentei também ignorar o ardor nos olhos, tentando não explodir ali no meio.
Ajeitei a camisola nervosamente, mordendo o lábio.
- Não estás aqui a fazer nada... - murmurei para dentro, por entre dentes. Nem eu próprio percebi bem aquilo...!

Tentei controlar-me quando ouvi o seu comentário. Depositei um beijo na testa de Abbey e olhei-o.
- Ouve eu vou fingir que não disseste nada... - suspirei. - Tudo o que menos quero é arranjar problemas, eu estou aqui porque quero e porque Abbey precisa de mim... - declarei. Voltei a olhar para Abbey e deixei escapar uma lágrima. Talvez fosse a raiva, o medo de a perder, não sei..

Ri-me sarcásticamente:
- Sim, claro. E eu estou aqui porque o Pai Natal me deixou cair do trenó... - revirei os olhos.
Olhei-o:
- E, caso ainda não tenhas reparado, os teus ''sai e entra do quarto'' ainda deixam uma pessoa ainda mais irritada. Quê? Casa de banho? E o que aconteceu?! Caiste da sanita ou assim...?!
Respirei fundo.
Tom Butler, acalma-te. Não vale de nada estares irritado!

- Não, tu estás aqui porque pelos vistos ainda não sabes conduzir... - provoquei. Este gajo começava a irritar-me profundamente. Provavelmente numa outra situação já lhe tinha partido a cara toda, mas por Abbey eu não o iria fazer. - Ouve eu tive de sair, e sim fui à casa-de-banho, mas mesmo que não o tivesse feito, a razão dos meus actos só a mim me diz respeito. - encarei-o. Entrelacei os meus dedos nos de Abbey e voltei a olhá-la tentando acalmar-me-

- Existe uma grande diferença entre não saber conduzir e ser distraído na estrada... - disse, elevando um pouco a voz.
Respirei fundo, acalmando-me.
- Ouve... Eu não tenho nada contra ti - sem ser o facto de te andares a fazer à minha ex-namorada, acrescentei mentalmente. - Mas odeio quando começam com provocações. - e se eu não estivesse no hospital com o braço partido já estavas todo lixado. acrescentei mentalmente, novamente. - E tu estás, sem dúvida, a provocar-me!
Olhei o teto seguindo o trajeito de uma mosca qualquer; depois olhei para a maca onde estava Abbe e mordi o lábio ao ver a sua mão entrelançada à dele. Suspirei.
Pelo menos eu não saia duma sala por ciúmes! tive vontade de me rir com o meu pensamente mas consegui controlar-me.

- Eu nem me vou dar ao trabalho de continuar esta conversa ou discussão...ou o que tu lhe quiseres chamar. - suspirei. - A única coisa que eu quero é que Abbey acorde... - é que sabes, preciso dela mais do que imaginas e ao contrário de ti nunca a irei pressionar, acrescentei mentalmente.Lancei-lhe um olhar um tanto ou pouco furioso e voltei a voltar a direccionar o meu olhar para Abbey. Tinha tanta coisa para lhe dizer e a cada minuto que passava sentia o tempo fugir, como se estivesse a gozar comigo.

Bati com a cabeça no sofá e gargalhei sem humor nenhum:
- É que eu não, queres ver?!... - disse ironicamente, revirando os olhos. - Não foste tu que andaste dias sem dormir porque andavas à procura dela. Não foste tu que sentiste uma rejeição sem razão aparente. Fui eu! Por isso mais vale estares calado e não te enterrares. E cuidado porque a areia é movediça!
Fechei os olhos ao lembrar-me daquela noite de procura e comprimi uns lábios um contra o outro. Ainda doía tanto. Principalmente quando recebera aquela estúpida mensagem...

Fechei as mãos com força e comprimi os lábios um no outro tentando controlar-me.
- Sabes que tudo tem uma razão não sabes? Provavelmente fizeste algo que a magoou e a ficou ficar de pé atrás contigo... - exaltei-me. - E quanto a enterrar, tu já o estás e isso...aconteceu mesmo antes de me conheceres. - disse irritado. Abbey nunca mais acordava e isso começava realmente a desesperar-me.
- Abbe acorda por favor...eu preciso tanto de ti... - sussurrei acariciando a sua mão.

Revirei os olhos:
- Já que sabes tanto da minha vida e da relação que tenho com a Abbey. Diz-me... Sabes a razão do meu acidente e de tudo o que fiz antes disso? - estalei a língua. - Claro que não sabes... Porque tu não me conheces. Ao contrário do que deves estar para aí a pensar eu não andei aí a f*der gajas só porque estou mal. Por favor... - resmunguei. - Tu não sabes nada sobre a minha vida. E o que sabes sobre a Abbey nem deve ser uma terça parte daquilo que eu sei. Mais vale estares quietinho.
Nem comentei o '' eu preciso tanto de ti... ''; simplesmente não merecia que comentasse. Ela é que estava deitada, desmaiada, e ele só se importava com ele mesmo.
- Menino Tom... - a enfermeira chamou, entrando novamente no quarto. - Está com dores?
- Sim. Mas são suportáveis.
- Está bem. - ela acabou por dizer; olhou Abbe. - Essa rapariga tem grandes desmaios.
- É, acredite que sim. - acabei por dizer, vendo-a sair.
Bufei.

- Exacto! Assim como eu não te conheço a ti, tu também não me conheces a mim! - exclamei. - Não fales do que não sabes... - bufei. A enfermeira entrou novamente no quarto falando para tom. Direccionei o meu olhar novamente para Abbey. Continuava igual, deitada sem sinal de qualquer movimento. Suspirei derrotado.
Olhei para a máquina que se encontrava a seu lado, a tentar perceber alguma coisa, mas em vão...

Revirei os olhos:
- Como se tu soubesses...
Vi-o olhar a máquina.
- Já não está a funcionar... - informei. - Estava apenas para saberem se eu estava bem ou mal... Não a ligaram para ela por ser um desmaio, segundo a enfermeira.
Já estava a ficar irrequieto mas tentei controlar-me porque sentia mais dores do que aquelas que queria admitir.

- Hum... - disse apenas após ouvir a sua tentação.
Estávamos ali, naquele quarto à quase uma hora, e Abbey não dava sinais de querer acordar. Esfreguei os olhos com as duas mãos e passei-as pelo cabelo por fim. Começava a ficar realmente impaciente. - Merda! Mas ninguém nos sabe dizer nada? Será que ninguém sabe dizer como ela está? - acabei por exclamar realmente desesperado.

Mordi o lábio, impaciente:
- Estou a começar é a perder a paciência. E as dores estão a voltar... - resmunguei.
Respirei fundo, para me acalmar.

Cocei a cabeça:
- És tu e eu...ela nunca mais acorda! - disse. - Precisas de alguma coisa? - perguntei olhando-o de soslaio.
Passei uma mão pela cara, começava a ficar realmente impaciente.

Olhei-o:
- Não. - acabei por dizer.
Já sentia as pernas dormentes e, por isso, levantei-me e andei de um lado para o outro, premindo os lábios um contra o outro ao sentir as dores. Suspirei e olhei pela janela.

Simplesmente encolhi os ombros com a sua resposta. Vi-o levantar-se e começar a andar de um lado para o outro. O barulho dos suas passadas começava a irritar-me profundamente. Já não me bastava o nervosismo e o desespero da espera tinha de o ouvir a andar de um lado para o outro.
- Podes parar?! - acabei por exclamar.

Revirei os olhos:
- Caso não tenhas reparado: já parei.
Comecei a ouvir passos apressados, gritos e rodas de macas no corredor; estremeci ao ouvir a mulher dizer que tinham de se acalmar porque o homem estaria bem se assim o fizessem.
Passado algum tempo o ruído acalmou.

Revirei os olhos e quando me preparava para responder ouvi uns barulhos vindos do corredor. Eram gritos e rodas de macas, ouvi uma mulher a dizer que tinham de se acalmar porque assim o homem estaria bem. Arrepiei-me com os barulhos que pouco depois acabaram por acalmar.
Sentei-me na cadeira onde Tom estava sentado até à pouco e recostei-me um pouco.

Passei o resto do meu dia de anos com Martin, visto que não tinha muitas mais alternativas.
Os restantes dias foram passados da mesma forma, deitada e ligada a uns quantos fios....Tééédio!
Mas finalmente chegou o dia em que me deram alta. Vesti a roupa que tinha vestido no dia em que vim cá parar. Preenchi a ficha que a recepcionista me entregou e finalmente saí daquele sítio.
- Bem, preciso de um banho urgentemente! Cheiro a medicamentos... - fiz uma careta e olhei para Martin. Ele sorriu e fomos para o colégio.
Quando lá chegámos despedi-me de Martin com um beijo apaixonado e dirigi-me para o meu quarto. Peguei nas minhas coisas e fui tomar um longo e refrescante banho. Dirigi-me novamente para o quarto e peguei na roupa que antes preenchia o meu corpo e fui para a lavandaria.

Quando voltei a entrar no quarto de Viv depois de ter ido ao colégio tomar banho e mudar de roupa, ela estava a dormir.
Sentei-me no sofá para as visitas e fiz o minimo barulho possivel para não a acordar.
NA NA NA NA NA NA NA