Praia das Laranjas

Saí do colégio sem dizer nada a ninguém.
Mais uma vez tinha infringido as regras da minha mãe sobre só podermos sair às sextas-feiras. Mas que se fodam as regras.
Já que não podia sair para ir passar umas férias bem boas às Caraíbas, ia passar os dias cá fora.
Descalcei-me novamente e mergulhei os meus pés na areia. A praia estava praticamente vazia à excepção de um ou dois casais, porém era assim que eu gostava disto.
Tirei a t-shirt e as calças de ganga, deixando-as espalhadas e corri até ao mar. Dei um mergulho numa onda e comecei a dar braçadas por ali.

Baldei-me às aulas e, fui dar um passeio sem rumo. Acabei por ir ter à praia que estava praticamente deserta. Não tinha bikini mas, isso não me incomodava. Fui andando em direcção à água e, quando já sentia os meus pés molhados, comecei a despir a minha roupa ficando apenas de roupa interior (que era um bocado "pequena").
Mergulhei para dentro de água onde me sentia segura e livre de problemas e, nadei, nadei, nadei até me sentir estafada e incapaz de pensar nalguma coisa.

Voltei a mergulhar dentro de água e quando vim ao de cima, sem querer fui contra uma gaja.
- Ups. Desculpa aí. - Disse e reparei na roupa que ela tinha vestida, ou melhor na roupa que não tinha vestida. Desviei-me dela e continuei a nadar até me sentir cansado o suficiente para sair dali.
Fui novamente buscar as minhas roupas e fiquei a olhar para ela e para o seu corpo bastante sexy. Mordi o lábio inferior, e vesti-me.
Bazei dali logo de seguida.

Quando ainda estava dentro de água um anormal qualquer veio contra mim e, a única coisa que conseguiu fazer foi pedir desculpa e ficar especado a olhar para mim... Os rapazes de hoje em dia são uns anormais.
Sai da água, vesti a minha roupa que ficou logo encharcada e, voltei para o maldito colégio...

Saí do colégio e fui dar uma volta pela praia, o meu local preferido para pensar. Não que tivesse muito para pensar mas gostava de desanuviar sempre um pouco.
Sentei-me na areia a ver o mar e depois decidi que estava já na altura de voltar para o colégio.

Cheguei rapidamente à praia. Vesti-me e pus a prancha debaixo do braço. Fiz um rápido aquecimento e entrei na água. Nadei, nadei e nadei até encontrar uma onda que valesse a pena.
Após algumas acrobacias na água, nadei até à costa e deitei-me na areia. Pensei em ligar aos meus pais quando chegasse ao colégio, só para saberem que ainda estou vivo.

Fechei o Mercedes e guardei a chave na minha mala.
Descalcei-me e começei a andar na areia.
Sentei-me ao pé do mar, como os pés a ser molhados à medida que vinha uma onda.
Sim, parecia mesmo que estava em Miami, só faltavam lá as pessoas...

Quando olhei para o relógio reparei que tinha ficado a tarde toda ali. Nem o pôr do sol me tinha tirado do momento zen.
Fui até ao Mercedes e conduzi de volta ao colégio.

Vesti umas jeans e uma camisola de alças branca e uns calções de ganga escura. Calcei umas vans verdes e apanhei o cabelo. Abri uma mochila que lá havia e meti todos os documentos que eu tinha , lá dentro.
Saí do colégio deprimente, e conduzi na velocidade maior que já havia alcançado. Em apenas três minutos tinha chegado á praia.
As dores do meu corpo estava aliviadas com o analgésico. Caminhei até uma rocha, comecei a procurar o nome de : ''Jonh Bernard Wilson'' na lista. E nada.
Tirei a certidão de óbito dele e comecei a ler. Nada batia certo. O Jonh... estaria vivo?

Já tinha chegado ao colégio feito um dia e não tinha falado com ninguém. Sentia falta do meu irmão, o meu confi, como é que ele estaria ? Estava agora a passear na praia, realmente nada melhor que a praia para aliviar a tensão e relaxar, o cheiro caracteristico do mar, a areia nos pés, as ondas a baterem nos meus tornozelos, o som das ondas nas rochas. Estava muito bem no meu mundo, quando de repente embato contra alguém.

Estava muito bem a fumar a minha segunda ganza, quando senti alguém embater contra mim. Como não estava mesmo nada à espera deixei cair a ganza na areia.
- Porra! A minha ganzinha. - Agarrei nela, já completamente cheia de areia. Olhei para quem fora contra mim. - Oh, 'tás perdoada. - Sorri enquanto olhava para o seu corpo. - És muuuito bonita.
É impressão minha ou o mundo está a andar à roda?

Quando embati contra alguém cai com o cu no chão e ouvi alguém queixar-se.
- Porra a minha ganzinha - quando ouvi desmanchei-me a rir. O rapaz tava preocupado com a ganzinha. - Oh, 'tás perdoada - disse quando olhou.
- Oh estou muito agradecida por ter o teu perdão mas agora uma ajudinha sff - estiquei-lhe a mão - ahh e obrigada pelo elogio - disse.

Ouvi-a a rir-se e o seu riso foi como música para os meus ouvidos. Ri-me.
Que grande moca com que eu estava.
Olhei para ela que estava sentada no chão e a esticar-me a mão.
- A ajuda vem já a caminho! - Estiquei a mão para ela e puxei-a com força. Talvez até demasiada força porque fui eu que caí a seguir, desmanchando-me a rir.

De mão esticada puxou-me acabando por ele cair a seguir levando-me atrás, o que fez com que caísse em cima dele rindo-se de seguida.
- Estás com uma moca - ri-me. Ainda deitada em cima dele apresentei-me. - Olá sou a Zoey.

- Estás com uma moca. - Riu-se e nem sequer saiu de cima de mim para se apresentar. - Olá sou a Zoey.
Soltei uma gargalhada.
- Olá, eu sou o Jerson. Temos uns nomes muito sexys, han? - Ri-me outra vez. Larguei a ganza que tinha na mão.

- Oh sim muito sexy's não haja duvida. - ri-me levantando-me. - Então queres ajuda para te levantares ou tens equilíbrio próprio. - Notava-se à distancia que estava com uma grande moca, mas também não importa. A vida é para viver ao máximo. - Jerson, certo ? Ao menos não sou a unica com um nome fora do normal.

Continuei sentado na areia depois de ela se levantar.
- Não. eu acho que preciso de ajuda. - Ri-me, com uma visão um pouco anormal. Estava tudo desfocado e a brilhar.
- Jerson, certo ? Ao menos não sou a unica com um nome fora do normal. - Estendi-lhe a mão à espera que me ajudasse.
- Ao menos não temos nomes que toda a gente tem.

Esticou a mão enquanto esperava que eu o ajudasse. Estiquei-lhe a mão e puxei-o até se levantar, já levantado sacudiu a areia das calças.
- Ao menos não temos nomes que toda a gente tem. - disse e eu ri-me.
- Sim, é verdade. Desculpa lá ter-te estragado a "ganzinha" - ri-me enquanto fazia aspas com os dedos - Não foi com intençao.

- Não faz maaaal. - Respondi, algo zonzo. - Eu tenho muitas mais. Já vim preparado para estas cenas, especialmente porque eu gosto muito de ir fumar para o mar.
Tirei uma pequena caixa do bolso e tirei de lá mais uma ganza já preparada.
- Queres? - Inquiri, estendendo-lhe a caixinha.

- Porque não - encolhi aceitei aquele pequeno objecto e ele tirou do bolso um isqueiro acendendo-o de seguida e dando uma passa passou-mo. Cheirava bem e ainda nos deixava melhor, a minha vontade de rir aumentou e eu desmanchei-me a rir num impulso. Comecei por tirar as minhas sandálias e virando-me para ele - bora um banhinho ?

Algum tempo depois de ela ter começado a fumar a ganza, começou a rir-se porvocando-me um enorme ataque de riso.
- Claro, vamos lá! - Gritei e lancei a mão da ganza ao ar, dando a outra a ela. Começámos ambos a correr pela a areia em direcção ao mar a rir e a tropeçar.
Eu nem sequer me despi nem me tentei habituar à água, apenas me atirei de cabeça contra as onde molhando-me por completo. Ri-me.

Aceitou a minha sugestão e correu em direcção à água a rir e a tropeçar e mandou-se de cabeça sem tirar roupa nem nada. Antes de entrar ainda despi o meu curto vestido e ficando em biquini mandei-me para uma onda que ai vinha, molhando-me toda o que me fez rir ainda mais.
Comecei a mandar-lhe água e quando me apercebi da situaçao.
- Olha a caixinha das ganzinhas não está no bolso ? - arqueei a sobrancelha.

Começámos a brincar na água. Ela atirava-me água e eu atirava de volta, sempre na gargalhada.
De repente, ela parou e arqueou a sobrencelha
- Olha a caixinha das ganzinhas não está no bolso ?
Eu fiz um ar espantado.
- Ohhh! - Gritei e tirei logo a caixa das ganzinhas do meu bolso. - Não! Nãão! As minhas lindas ganzinhas.

Após a minha pergunta entrou em panico e comecou a gritar pelas suas ganzinhas. Tirou a caixa do bolso e esta estava encharcada o que me fez rir.
- Estás a ver - disse entre gargalhadas - agora está tudo molhadinho. ai ai.